Agressores sexuais "simpáticos" e escolhem as vítimas ao acaso

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Os violadores estão divididos em quatro perfis, sendo o mais comum o chamado violador de oportunidade, homem entre os 40 e 50 anos, que ataca na via pública e desconhece as suas vítimas, explicou à Lusa a psicóloga da Polícia Judiciária (PJ) Cristina Soeiro. O estudo partiu da análise de 48 casos e concluiu que o perfil que explica melhor o fenómeno da violação é o da oportunidade, "no qual o agressor comete a violação numa via pública ou numa zona descampada". A motivação do violador, que ronda os 40/50 anos, "é a gratificação sexual imediata, tendo um baixo controlo dos impulsos", salientou Cristina Soeiro.

Nestes casos, o violador não tem habitualmente antecedentes criminais, é pacífico e simpático na abordagem que faz à vítima, sendo elas próprias "de oportunidade, portanto, desconhecidas".

"De um modo geral, neste padrão, o violador não conhece a vítima e usa apenas a violência necessária para cometer o crime. Não usa armas, mas apenas o factor surpresa", explicou a psicóloga.

Outro dos perfis estudados é o da agressividade, em que o violador tem um comportamento que indicia raiva e vingança, é consumidor de álcool e drogas e ataca vítimas mais jovens. Utiliza uma violência excessiva, recorrendo a armas de fogo ou objectos contun- dentes e pode ter antecedentes criminais por furto ou roubo. Existe também o perfil de natureza sexual - violação e tentativa - em que o agressor apresenta baixas competências sociais e quer transformar a violação numa relação sexual consentida. Tem um comportamento disfuncional para as vítimas. "As vítimas são jovens, têm menos de 18 anos e fazem parte da sua rede de conhecimentos. Estes agressores são pouco confiantes no relacionamento com o sexo oposto", referiu a psicóloga. O quarto perfil, denomina-se de contexto criminal, reporta a violações que resultam de roubos e sequestros e algumas vezes terminam no homicídio da vítima. Aqui, os violadores "têm comportamentos sádicos".

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